Wednesday, June 23, 2010

O Camponês e a Flor


Quando ela passou, sublime, com ar de rosa,
O camponês, pasmado, de enxada ao ombro,
Sentiu no peito um aperto; mudo de assombro
Ao ver mulher tão inocente e tão formosa.

Limpou o suor à manga do seu casaco preto
E depois, do seu bolso fundo e poeirento,
Tirou um papel amarrotado e cinzento
Onde tinha escrito um singelo soneto.

Quando ouviu o primeiro verso ser declamado
Ela parou, fitou aquele aldeão inspirado
E sorriu, seduzida, enraizada no chão.

Ela transformou-se numa flor encarnada,
Olorosa, macia, por ele encantada,
Que a plantou no âmago do seu coração.

(Luís Santos 14/06/10)

2 comments:

  1. Um poetar magníficamente inspirado que mexe com minha emoção cada vez que te leio Luís! beijo..

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  2. Lindo, inspirado e romântico, Luis! Amei seus versos, meu amigo! Parabéns! Um beijo!

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